Leia a declaração da Juventude do PSTU sobre o escândalo envolvendo Demóstenes e o Congresso
Juventude do PSTU |
Ag Senado | ||
Demóstenes Torres, ex-ícone da honestidade no Senado |
• A prisão do empresário e contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, no fim de fevereiro, durante operação da Polícia Federal, revelou mais um escândalo de corrupção nacional. A operação denominada Monte Carlo, que desarticulou a máfia de máquinas “caça-níqueis” no estado de Goiás, também trouxe à tona um esquema de tráfico de influência e propina envolvendo Cachoeira e o senador Demóstenes Torres, do DEM. O senador, ex-procurador e ex-secretário de segurança de Goiás, recebeu nos últimos tempos uma série de “presentes” do famoso bicheiro, tais como eletrodomésticos importados, despesas de táxi aéreo e um aparelho de rádio e celular Nextel, que registrava mais de 300 ligações entre os dois acusados. Em troca destes agrados, Demóstenes repassava informações confidenciais de reuniões internas do Senado ao seu amigo. A investigação Monte Carlo continua e já começa a encontrar mais suspeitos, como o Deputado Federal Protógenes Queiroz (PCdoB), também flagrado nos grampos telefônicos da Polícia Federal.
Carlinhos Cachoeira já era conhecido pela população brasileira desde 2004, quando foi divulgado um vídeo que o flagrou oferecendo dinheiro ao então assessor de José Dirceu, o senhor Waldomiro Diniz. Na época, Waldomiro recebia propina de Cachoeira para campanhas eleitorais do PT e do PSB, em troca de favorecimentos em licitações públicas. Era o início de todo o escândalo de corrupção envolvendo o alto escalão do governo Lula, o famoso “Mensalão”. Agora, depois da queda de oito ministros do governo Dilma, todos envolvidos em casos de corrupção, é a oposição de direita que volta a sujar as mãos na roubalheira de Brasília.
Na opinião da juventude do PSTU, o caso Demóstenes, a queda dos ministros de Dilma, os casos da família Roriz e o Mensalão, são todos exemplos de como as relações entre a burguesia brasileira e o poder público são promíscuas e nada transparentes, atingindo o PT, os partidos da base governista e a direita tradicional. Essa situação é inevitável numa sociedade na qual o poder econômico controla toda a esfera pública, e a democracia e a justiça só servem aos ricos e poderosos.
A corrupção começa com os financiamentos das campanhas eleitorais, onde as empresas doam milhões de reais aos candidatos e depois cobram este investimento, através de fraudes em licitações, tráfico de influência e informações sigilosas. É por isso que a corrupção assola o país, pois é fundamental para garantir altos lucros de um grande setor da burguesia brasileira. E o povo continua sofrendo com escassos investimentos estatais em educação, saúde e moradia, enquanto são roubados bilhões dos cofres públicos.
Acreditamos que a corrupção não pode ser combatida por meio de CPI ou outras ações parlamentares. O Congresso Nacional não tem moral para investigar e julgar as denúncias de corrupção, porque a imensa maioria dos deputados e senadores tem o rabo preso com a roubalheira. Só a mobilização permanente da juventude e dos trabalhadores, os mais prejudicados pela corrupção, pode impedir a impunidade e construir um regime político no qual o povo realmente governe. Por isso, nos somamos à convocação da III Marcha Contra a Corrupção, que acontecerá no dia 21 de abril em várias cidades do país. Para dar um basta na corrupção e acabar com a impunidade, defendendo as seguintes propostas: